Missa do Trabalhador é marcada por fé e manifestação sindicalista
Melhores condições de trabalho, diminuição dos juros, valorização dos trabalhadores da Educação Estadual e a reabertura das unidades fechadas da Funec estiveram em pauta
Cerca de quatro mil pessoas compareceram à tradicional Missa do Trabalhador, que aconteceu na última terça-feira, dia 1º de Maio, na Praça da Cemig, em Contagem. Celebrada pelo bispo auxiliar da arquidiocese de Belo Horizonte, dom Luiz Gonzaga Fechio, a missa começou às 9 horas e contou com a participação de 40 padres.
A Missa do Trabalhador, organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), acontece há 36 anos, em honra a São José dos Operários, pai de Jesus Cristo. Já é tradição os trabalhadores levarem a carteira de trabalho para que seja abençoada, bem como o discurso sobre as causas trabalhistas, feito por representantes de entidades sindicais.
Além de renovarem a fé e agradecer a Deus pelas conquistas, os sindicalistas aproveitaram o ato para manifestações. Este ano, as principais reivindicações foram a redução da jornada de trabalho, investimentos em qualificação profissional e melhores condições de trabalho. Entre os trabalhadores presentes estava o deputado estadual Carlin Moura (PCdoB), que há anos participa da Missa do Trabalhador.
“Desde menino frequento a Missa do Trabalhador, moro aqui ao lado e para mim este é um momento de reflexão, mas também de sair para a luta e mudar a realidade do trabalhador. É preciso protestar a favor da redução da jornada de trabalho e da redução dos juros praticado pelos bancos, o que aumentará o emprego e a produção”, salientou o deputado Carlin Moura.
Já entre os representantes de sindicatos, estava a diretoria do Sind-Ute de Contagem (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação), que distribuiu informes aos presentes, para que pudessem refletir sobre os problemas de corrupção do país, problemas de moradia para a população de baixa renda, a desvalorização do servidor da Educação estadual e o fechamento de 19 unidades da Funec (Fundação de Ensino de Contagem).
“Hoje é um dia de luta para a classe trabalhadora, que quer um Brasil melhor, com avanços e qualidade de vida. Temos que reivindicar à presidenta Dilma o veto do novo código florestal que está prestes a ser aprovado e que irá destruir nossas florestas”, discursou Ademilson Ferreira, coordenador geral do Sind-ute de Contagem.
“Vamos continuar lutando por condições melhores de trabalho, redução da jornada de trabalho e mais valorização para os profissionais da Educação de nosso Estado. Em Contagem, estamos vivendo a sucateamento da Educação, com o fechamento das Funec’s. Não podemos deixar isso acontecer”, concluiu.
Abaixo-assinado “Pela Reabertura das Funec’s já!”
O Movimento Estudantil também marcou presença na Missa do Trabalhador, colhendo assinaturas para o abaixo-assinado “Pela Reabertura das Funec’s já!”. Os jovens levaram o boneco João Funecão, um rapaz de olhar triste, sentado na carteira de uma escola que está sendo fechada. Muitas pessoas aproveitaram a oportunidade para assinar a Petição Pública e expressar a indignação pelo fechamento das Funec’s.
O João Funecão chamou a atenção de várias pessoas entre elas Maria das Graças Barros, que estava acompanhando a Missa do Trabalhador. “Faço questão de assinar o abaixo-assinado porque tenho três filhos que se formaram na Funec e hoje possuem graduação e estão bem empregados. Fico imensamente triste em saber que os filhos de outras pessoas não poderão ter a mesma qualidade de ensino que os meus tiveram”, disse.
O deputado Carlin Moura também fez questão de assinar o abaixo-assinado. “É preciso qualificar a mão de obra e em Contagem, e aqui em nossa cidade, a formação profissional de nossos jovens chama a atenção, porque enquanto o governo da presidenta Dilma está valorizando a rede de formação profissional federal, ampliando o número de vagas, Contagem infelizmente por uma visão equivocada da atual administração está na contramão, fechando as unidades da Funec”, salientou.